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Um estudo realizado no Hospital de Clínicas de Porto Alegre estabeleceu relações entre a Síndrome dos Ovários Policísticos (SOP) e a hipertensão arterial. Os resultados apontam para uma associação que pode ser facilmente identificada, oportunizando a prevenção precoce de doenças mais graves.

A SOP é um distúrbio que provoca alteração dos níveis hormonais, atingindo cerca de 10% das mulheres em idade reprodutiva. Conforme o estudo desenvolvido, quando há associação com hipertensão em grau leve diagnosticada, recomenda-se o tratamento apenas simples, com mudanças para um estilo de vida saudável, o que vai contribuir para a redução de outros problemas de saúde. 

O trabalho foi realizado através da análise de amostras armazenadas pelo grupo em um biorepositório. Os pesquisadores compararam a relação da SOP com os parâmetros de hipertensão estabelecidos em outro estudo, chamado Sprint, que apontou menor mortalidade e eventos vasculares quando se reduz os índices que definem a hipertensão de 140/90 mmHg  para 130/80 mmHg. Estes novos valores já foram adotados pela American Heart Association e American College of Cardiology.

Nas pacientes com SOP, os resultados obtidos pelos pesquisadores do HCPA mostram que, quando se considera hipertensão 130/80 mmHg, o risco de associação com pré-diabetes foi 3,5 vezes maior. No caso da dislipidemia (aumento de colesterol e triglicerídeos) e obesidade, o risco foi quase duas vezes mais alto. Assim, pode-se identificar futuros problemas mais cedo.

Conforme a pesquisadora Poli Mara Spritzer, além dos distúrbios reprodutivos, a SOP está relacionada a um maior risco de diabetes tipo 2 e síndrome metabólica (pressão alta, aumento de triglicerídeos, redução do bom colesterol, aumento da cintura  e aumento da glicose). “Estas pacientes, embora ainda jovens, apresentam maior prevalência de fatores de risco cardiovascular e medidas de prevenção são fundamentais”, ressalta. 

Artigo ACC/AHA2017 definition of high blood pressure: implications for women with polycysticovary syndrome, de autoria de Lucas Bandeira Marchesan e Poli Mara Spritzer, publicado na Revista Fertility and Sterility, em março de 2019, destacado no editorial

 * Para o mês de abril o critério de escolha foi: publicação de estudo do INCT Hormônios e Saúde da Mulher.