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Flavio sendo atendido pela equipe

Engajamento e parceria são as palavras que definem uma ação encabeçada pelo Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA) na luta pela vida do paciente Flávio Paim Batista, de 54 anos. Sofrendo de uma insuficiência cardíaca grave, decorrente de infarto, e portador de pontes de safena, o aposentado chegou ao hospital em agosto, com o coração quase parando. A única alternativa era o transplante cardíaco, mas uma hipertensão pulmonar grave tornava o procedimento muito arriscado. Foi aí que uma força-tarefa do Clínicas entrou em ação: depois de muita negociação, o paciente do Sistema Único de Saúde (SUS) tornou-se o primeiro do Rio Grande do Sul a receber um Heartmate II, equipamento que auxilia no bombeamento do sangue e é considerado tecnologia de ponta para o tratamento da insuficiência cardíaca grave. O aparelho é implantado no coração do paciente através de uma cirurgia e auxilia a suprir as necessidades do organismo que o coração insuficiente não é mais capaz de suprir. O procedimento foi feito por um cirurgião norte-americano, no Hospital Sírio-Libanês, de São Paulo, e o HCPA está cuidando de todos os procedimentos necessários para que Flávio, ao voltar para casa, tenha qualidade de vida e autonomia.

A colocação do equipamento no Sírio-Libanês ocorreu por meio do projeto Coração Novo, dentro do Programa de Apoio ao Desenvolvimento Institucional do SUS (Proadi), que proporciona o apoio de hospitais filantrópicos de excelência a ações do Sistema Único de Saúde. Neste programa, apenas o hospital paulista disponibiliza o Heartmate. Já a vinda de um cirurgião dos Estados Unidos foi necessária porque o Brasil ainda não possui experiência no procedimento. 

Flavio sendo atendido pela equipe

Após a recuperação inicial em São Paulo, Flávio retornou ao Clínicas, ficando em acompanhamento por duas semanas. Enquanto isso, médicos e enfermeiros da instituição foram a Camaquã, onde o paciente reside, para treinar os profissionais do Hospital Nossa Senhora Aparecida na operação e manutenção do aparelho e nos cuidados com o paciente. Um engenheiro do HCPA verificou as condições da rede de energia elétrica na residência de Flávio e fez contato com bombeiros e concessionária locais, a fim de garantir que não haverá falta de luz na casa, pois isso pode prejudicar o funcionamento do Heartmate. O paciente e seus familiares também foram treinados e orientados. “Foi um trabalho integrado, de muitas pessoas, que qualifica o HCPA na ponta da alta complexidade em Cardiologia e Cirurgia Cardíaca e torna a instituição também apta a realizar esse procedimento”, explica a presidente Nadine Clausell. 

De acordo com Flávio, a coragem para a colocação do equipamento veio dos quatro filhos e de episódios marcantes que ocorreram este ano. “Antes da cirurgia, um irmão mais novo faleceu e percebi que minha mãe, de 74 anos, não suportaria perder mais um filho. Eu precisava cuidar dela”, conta. A esposa de Flávio, Wera Voigt Batista, explica que o marido estava relutante quanto ao tratamento, mas que a família foi encorajando-o a seguir em frente. “Estou muito contente com o Heartmate. Antes eu me sentia cansado até para falar, ficava sem ar. Agora eu me sinto muito bem, com o sentimento de missão cumprida”, conta.

Flavio sendo atendido pela equipe