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O aumento progressivo da pressão arterial na população mundial, mais do que uma constatação observada nos consultórios médicos, foi um dos resultados analisados em um importante artigo publicado em 2017 no The Lancet (Fator de Impacto 47,8). Intitulada Worldwide trends in blood pressure from 1975 to 2015: a pooled analysis of 1479 population-based measurement studies with 19.1 million participants, a publicação é de autoria do grupo NCD Risk Factor Collaboration (NCD-RisC), uma rede de cientistas da saúde de todo o mundo que fornece dados padronizados sobre fatores de risco para doenças não transmissíveis em 200 países e territórios. Fazem parte desse grupo os professores do Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA) e da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Sandra Fuchs, Flávio Fuchs e Leila Beltrami Moreira.

No artigo, o grupo de cientistas agregou e analisou os dados de 1.479 estudos de base populacional, publicados entre os anos de 1975 e 2015, que utilizaram método padronizado para aferir a pressão arterial. Os pesquisadores do Clínicas contribuíram com importantes informações sobre a população brasileira. Ao final, chegou-se à média padronizada por idade de cada país e constatou-se que, em quatro décadas, o número de pessoas com pressão elevada, mundialmente, passou de 594 milhões para 1,13 bilhão.

Em 2015, a média de pressão foi de 127/79 para os homens e 122/77 para as mulheres. Na população masculina, o percentual de pessoas com pressão arterial elevada chegou a 24%, enquanto que entre as mulheres o percentual foi de 20%. Também foi observado no estudo que em países de alta renda a média de pressão da população apresentou redução ao longo dos anos, enquanto que nos países mais pobres houve um aumento. 

* Para o mês de janeiro, o critério de escolha do destaque foi: artigo publicado em 2017 na revista com maior fator de impacto.

sandra e flávio fuchs