Nove palestrantes integraram o programa do evento Além do Currículo, falando aos mais de 380 inscritos que lotaram o Anfiteatro do Clínicas no sábado, 19 de maio. Os conferencistas foram unânimes em dois aspectos: apresentações curtas e mensagens objetivas. O intuito do evento foi enfatizar ao público a força das habilidades que geralmente não aparecem nos registros do currículo oficial, mas fazem toda a diferença para o sucesso na carreira. “Com criatividade e um olhar prático sempre dá para fazer alguma coisa a mais, diante de qualquer problema”, destacou Henrique Souza ao mostrar como fazer apresentações simples e poderosas.
Além das apresentações de impacto exibidas por Henrique na abertura do evento, assuntos como ciência e felicidade, inteligência artificial na saúde em tempos de hiperinformação, mensagem certa para o público compreender a informação e exemplos de superação na vida e na profissão foram debatidos durante mais de quatro horas na manhã chuvosa do sábado. Todas as abordagens valorizaram o “lado B”, ou o currículo oculto que cada um tem, provocando o público a aplicá-lo nas relações do dia a dia, para pensar e atuar “além da caixa” na sua profissão.
Assim como o jornalista Tulio Milman, que falou sobre a importância de observar o fluxo da mensagem quanto à sua linguagem e forma. Alertou, porém, que é preciso dar atenção especial para o público com quem se deseja comunicar. “O desafio da boa comunicação é se fazer entender. Pode parecer simples, mas não é”. Perguntado qual sobre o segredo para falar e escrever bem, o jornalista que soma mais de 25 anos de profissão, respondeu: “talvez o principal atributo dessa força seja a própria consciência da fraqueza. Só assim é possível melhorar”.
Atual sociedade permeada pela inteligência artificial e a rapidez da informação e como isso se reflete na área da saúde, foi assunto para o professor Luis Eduardo Rohde. O questionamento que ele procurou responder foi se os dados e a técnica disponíveis ajudam ou substituem o profissional. Rohde entende que a tecnologia e as estatísticas são favoráveis para a Medicina e ajudam na tomada de decisão. “Usamos o exemplo da eficiência do sistema de dados da Receita Federal, eles conseguem fazer cruzamentos de informações e obtêm respostas analíticas, o que acaba ajudando muito o trabalho do profissional. Por que a Medicina não pode usar o arsenal de dados na sua área de modo semelhante para o tratamento do paciente?”, provocou.